quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Um ano da morte de Carlos Rodrigues Junior

Em dezembro de 2008, lembramos os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Lembramos também, ontem, dia 15, um ano da morte de Carlos Rodrigues Junior, o caso que chocou Bauru, o Brasil e o mundo.

A morte sob tortura de Carlos, 15 anos, teve imensa repercussão nacional e internacional. À época, o governador do Estado declarou que se tratava de uma “brutalidade inaceitável”. O ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vanucchi, citou o caso em um artigo publicado na Folha de São Paulo. Parlamentares das Comissões de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados e da Assembléia Legislativa vieram a Bauru logo após o ocorrido para apurar os fatos.

O caso consta no relatório de 2008 da Anistia Internacional e, recentemente, foi lembrado no Programa Roda Viva, da TV Cultura, que, em sua última edição, discutiu a temática dos Direitos Humanos.

Nesta semana, André Petry denuncia, em sua coluna na Revista Veja, a impunidade flagrante um ano após a morte do adolescente. Ele lembra que a indenização prometida pelo governador de São Paulo ainda não foi paga à família e que os envolvidos aguardam julgamento em liberdade e continuam integrando os quadros da Polícia Militar. Um ano depois são muitas as reflexões que esse trágico acontecimento nos suscita.

Talvez mais grave que o próprio episódio de tortura e morte de um adolescente de 15 anos em nossa cidade, seja o fato de que alguns setores da sociedade bauruense e brasileira reajam ao ocorrido com uma atitude de banalização ou mesmo - pasmem! - de aprovação. Nada justifica a tortura. Portanto, quem banaliza e aprova a morte desse adolescente, banaliza e aprova a barbárie. Se a sociedade aprova e banaliza a barbárie, estão dadas as condições para que ela se perpetue e se aprofunde.

Em um ano no Brasil, 46.329 jovens foram mortos, em sua grande maioria pobres e negros. Já tivemos em nossa cidade dois casos emblemáticos da violência contra a juventude brasileira: Carlos Rodrigues Junior, 15 anos, e Jorge Luis Lourenço (o Jorginho), 22 anos. Já passa da hora de nos posicionarmos radicalmente contra a violação dos direitos de nossa juventude.

Por isso, nós do Grupo contra a Violência e Violação de Direitos Humanos realizaremos hoje, 16 de dezembro, uma caminhada no Calçadão da Batista, saindo da quadra 1, às 20h, em direção à Praça Rui Barbosa. Convidamos toda a população a participar conosco de mais esse ato público pelo fim da violência.

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