27/07/2008 - Jornal da Cidade
Policial militar mata colega a tiros
Após provável discussão no trânsito, Luis Gustavo dos Santos Carreira, 26 anos, foi morto por Halley Thiago Sossai
Alcir Zago/Com Lucien Luiz
Após uma provável discussão no trânsito, seguida de perseguição, o policial militar Halley Thiago Sossai, 24 anos, matou o também policial militar Luis Gustavo dos Santos Carreira, 26 anos, com três tiros. É o 18.º homicídio registrado no ano em Bauru. O fato ocorreu à 0h45 de ontem, na quadra 2 da rua Ivo Marcelino, na Vila Monlevade, em frente à casa onde residia Carreira. No momento do crime, ambos estavam de folga e à paisana.
Os dois policiais eram naturais de Bauru, mas não trabalhavam no Município. Sossai atuava no 10.º Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPM/I), em Piracicaba. A vítima pertencia à 5.ª Companhia, em Lençóis Paulista.
Para o comando do 4.º BPM/I, há indícios de que houve crime militar, isto é, entre militares. Paralelamente, deve ser instaurado inquérito na Polícia Civil para apurar o homicídio. Segundo o delegado Ronaldo Divino Ferreira, que ontem estava de plantão, como o acusado foi detido em flagrante pela PM, o delegado do 4.º Distrito Policial deve tomar conhecimento do caso amanhã e, a partir daí, dar início às investigações.
Durante aproximadamente 10 horas, Halley Sossai permaneceu na sede do batalhão, onde prestou depoimento. Também foram ouvidas a noiva e uma amiga do policial, que estavam no carro com ele na hora do fato.
Segundo o major Nelson Garcia Filho, comandante interino do 4.º BPM/I, o autor dos disparos foi autuado em flagrante por homicídio. Por volta das 15h de ontem, Sossai deixou a sede do batalhão no banco de trás de uma viatura, com destino ao Presídio Militar Romão Gomes, na Capital, onde ficará à disposição da Justiça.
Por motivos ainda a serem apurados, os dois policiais teriam se desentendido na rodovia Marechal Rondon, nas proximidades da Rua das Festas. Carreira dirigia um Gol cinza, placas DDZ-3786, de Bauru. Sossai conduzia um Peugeot 206 preto, de placas DHZ-6267, também de Bauru.
Após a discussão, Sossai teria seguido Carreira até a residência do segundo. Tanto no boletim de ocorrência da Polícia Civil quanto na nota encaminhada pelo 4.º BPM/I, consta que houve troca de tiros. Mas uma testemunha, cujo carro estava quebrado a poucos metros do local, tem uma versão diferente. Segundo o rapaz, Sossai teria descido do carro com arma em punho e dito para Carreira sair do veículo. Assim que a vítima tinha deixado o Gol, foi atingida por vários disparos. A testemunha teme represálias e, por isso, não se identificou.
A Polícia Científica esteve no local, onde encontrou sete projéteis deflagrados. Também irá fazer exame residuográfico e necroscópico. As pistolas dos dois policiais (uma Glock 380 e uma Taurus) foram recolhidas pela PM.
Carreira foi atingido por três tiros. De acordo com o major Garcia, Sossai acionou a unidade de resgate do Corpo de Bombeiros para atendimento da vítima, que foi levada ao Pronto-Socorro Central e depois para o Hospital de Base, onde passou por cirurgia. Às 4h20, a unidade informou que o policial não resistiu aos ferimentos e morreu.
Versões
Os depoimentos de Sossai e de duas testemunhas que estavam com ele no momento do fato foram acompanhados pelos advogados Alceu Carreira, primo da vítima e que irá atuar como assistente de acusação, e Fernanda da Silva Magalhães, defensora do autor dos disparos.
Segundo ela, Sossai alegou que Carreira dirigia no sentido Agudos-Bauru de maneira perigosa, parecendo estar embriagado. A advogada disse que o policial teria entrado em contato com o Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) para falar sobre a situação, mas recebeu a informação de que a polícia não teria como abordar o motorista. Por isso, teria sido orientado a interceptar o carro. Segundo Magalhães, ao chegarem à casa de Carreira, eles teriam discutido. Em seguida, Sossai teria se identificado como policial e efetuado os disparos em legítima defesa.
O advogado do policial morto contestou o depoimento do acusado. De acordo com Alceu Carreira, não tem sentido um policial receber ordem para perseguir um motorista, estando à paisana, e, além disso, junto da noiva e de uma amiga em seu carro. Alceu afirma que, na hora do crime, havia uma pessoa em um Fusca branco parado no local, além de um vizinho que ouviu os disparos.
Leia o restante da reportagem em:
http://www.jcnet.com.br/editorias/detalhe_policia.php?codigo=135573
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segunda-feira, 28 de julho de 2008
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