3 anos da morte de Jonatan, 17 anos
Hoje, 22 de fevereiro de 2008, completam-se 3 anos da morte de Jonatan Bueno Garcia. Jonatan tinha 17 anos e estava cumprindo medida sócio-educativa de internação na então Fundação Estadual para o Bem-Estar do Menor, a FEBEM (hoje Fundação CASA), por ter roubado um boné e um relógio, segundo sua mãe.
De acordo com reportagens da imprensa local publicadas à época, a morte de Jonatan teria resultado de uma briga entre os adolescentes da instituição, por volta das 6:30h da manhã do dia 22 de fevereiro de 2005. O laudo do Instituto Médico Legal revela que o adolescente teria sido gravemente agredido e atingido por golpes de uma espécie de faca improvisada, semelhante a um estilete, sofrendo traumatismo craniano e hemorragia interna (Jornal da Cidade, 24/02/2005).
A sindicância aberta pela Corregedoria da FEBEM para apurar a morte de Jonatan foi arquivada, por ter concluído que o crime foi premeditado pelos adolescentes e que não houve conivência de funcionários.
No entanto, a mãe do adolescente, Sônia Bueno, relatou na ocasião que cerca de um mês antes do ocorrido o filho já vinha sendo ameaçado por outros adolescentes e que Jonatan a dissera que funcionários da Fundação estariam fomentando conflitos entre eles. Jonatan contou à mãe inclusive que um funcionário teria dado a ele um estilete alguns dias antes de sua morte. (Jornal da Cidade, 23/02/2005).
Além disso, um ex-interno não identificado relatou ao Jornal da Cidade (21/02/2006) que os funcionários foram chamados durante a briga mas “ninguém separou”. Tal acusação é negada pela assessoria de imprensa da FEBEM (Jornal da Cidade, 21/02/2006).
É preciso ressaltar o fato de que o adolescente estava sob tutela do Estado. A FEBEM era responsável por garantir sua integridade e não o fez. A instituição deve ser responsabilizada por mais essa vida tragicamente perdida sob sua tutela. O caso deve ser devidamente esclarecido e a família deve ser amparada pelo Estado.
Jonatan tinha planos de voltar a estudar e trabalhar depois de sair da instituição. O salário de cerca de 300 reais que recebia no trabalho antes da internação era o que garantia o sustento de sua mãe, que tem graves problemas respiratórios. Sônia ficou extremamente perturbada desde o ocorrido e seu estado de saúde só tem piorado. Ela não recebeu nenhum tipo de apoio e auxílio do Estado, não tem renda própria, não tem onde morar e dorme “de favor” ora na casa dos filhos, ora de amigos e muitas vezes até mesmo na rua. A despeito de sua saúde deteriorada, nos intervalos entre as crises asmáticas Sônia carpe jardins e recolhe materiais recicláveis tentando prover seu próprio sustento.
Uma sociedade que se pretenda justa e democrática não pode tolerar essa flagrante violação de direitos. É imperativo que Sônia seja amparada e que o caso de Jonatan não seja esquecido, para que situações tão bárbaras como essa não se repitam em nossa cidade.
*
*
*
*
*
GVVDH apóia e participa de ato em Duartina em memória de Rinaldo Pires Júnior, 14 anos
FOTOS DO ATO - em breve
Reportagem Jornal da Cidade - 08/02/2008
Manifestação
Neste sábado, o Grupo Contra a Violência e Violação dos Direitos Humanos de Bauru e familiares do jovem Rinaldo vão realizar ato ecumênico em Duartina, às 17h. Eles farão uma caminhada que partirá do Terminal Rodoviário até a Praça da Matriz.O objetivo do evento, segundo os organizadores, é lembrar a morte do adolescente e pedir justiça e paz no município. Os organizadores solicitam aos participantes que usem camiseta branca no evento, para simbolizar a paz.
A caminhada também terá a participação de familiares de Jonathan, morto na Fundação Casa em 2005, de familiares do mecânico Jorge e de Carlos Rodrigues, ambos mortos em ação da Polícia Militar de Bauru no ano passado.
quarta-feira, 9 de julho de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário