terça-feira, 13 de maio de 2008

Jornal "O Estado de São Paulo"

Ato lembra jovem torturado por PMs

Juiz de Bauru deve decretar prisão de policiais que mataram adolescente

Jair Aceituno, BAURU

Aproximadamente 70 pessoas, a maioria delas trajando branco, participaram, no fim da tarde de ontem, em Bauru, de um ato ecumênico que lembrou um mês da morte do jovem Carlos Rodrigues Júnior, eletrocutado e torturado por seis policiais militares, em seu próprio quarto, na madrugada de 15 de dezembro. A moto roubada de um mototaxista estava no quintal de sua casa.No ato - organizado pelo Grupo Contra a Violência e Violação de Direito Humanos, constituído por 20 entidades locais, entre elas partidos políticos e representações estudantis - faixas foram colocadas no coreto da Praça Rui Barbosa, no centro da cidade, onde os manifestantes cantaram o Hino Nacional. Em seguida, representantes de diversos cultos religiosos se manifestaram. A professora Rosângela Lima, da Unesp, disse que o movimento busca o combate à violência e deverá envolver diferentes ações. A manifestação também lembrou Jonathan Bueno Garcia, morto na unidade local da Febem em 2005, e o mecânico Jorge Lourenço, assassinado por policiais no ano passado quando fugia de um bloqueio policial por não ter documentos nem habilitação. As famílias deles estiveram presentes. Os manifestantes também levaram cartazes com frases contra a polícia e a violência. Mas pelo menos uma faixa colocada na praça era contrária à manifestação. Criticava a ação dos grupos de direitos humanos contra os policiais. A polícia acompanhou o ato à distância. Os seis policiais acusados de matar Carlos Rodrigues Júnior continuam recolhidos no Presídio Militar Romão Gomes, em São Paulo. O juiz Benedito Antonio Okuno, da 1ª Vara Criminal de Bauru, deverá, a qualquer instante, decidir sobre o pedido de prisão preventiva do grupo formulado pela polícia na sexta-feira.
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